Hoje, uma sinfonia de anjos iluminou a minha noite e tudo voltou ao seu lugar.
Reabre o céu depois de uma chuvada
no azul do dia.
É o azul do nada com que se fazem os deuses e a poesia.
Vergílio Ferreira
11/01/2012
10/01/2012
“Naquele momento creio ter entendido: a cidade não é um lugar. É a moldura de uma vida, um chão para a memória. Enrolei a linha, e regressei a casa, o poente avermelhando a paisagem e os flamingos trazendo o céu para junto da terra. Então, ganhei certeza: a cidade em que nasci estava destinada a crescer de mim. Um arame invisível nos prendia os pulsos, a mim e à minha terra natal.”
Mia Couto. “A cidade sonhada”, in Pensageiro Frequente
Mia Couto. “A cidade sonhada”, in Pensageiro Frequente
Cartografia interior
“O Homo sapiens sobreviveu porque nunca parou de viajar. Dispersou-se pelo planeta, inscreveu a sua pegada depois do último horizonte. Mesmo quando ficava, ele estava partindo para lugares que descobria dentro de si mesmo. (…)
E foi assim: o mais remoto deserto, a mais impenetrável floresta foram sendo povoados com os nossos fantasmas. E hoje todos os lugares começam por ser nomes, lendas, mitos, narrativas. Não existe geografia que nos seja exterior. Os lugares – por mais que nos sejam desconhecidos – já nos chegam vestidos com as nossas projeções imaginárias. O mundo já não vive fora de um mapa, não vive fora da nossa cartografia interior.”
Mia Couto. E se Obama fosse Africano? e outras interinvenções
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