Um perfume de nardo
Em verdade te digo: Não
espero a eternidade. E sei
que nenhum verso vence a morte.
Procuro apenas um sinal
um ritmo que me restitua
a impercetível respiração da terra.
Talvez os cabelos de Maria
irmã de Marta
a enxugar-me os pés.
Porque todos os poemas são mortais
e o que fica é talvez
um perfume de nardo. E nada mais.
Manuel Alegre. Livro do português
errante
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