Reabre o céu depois de uma chuvada
no azul do dia.
É o azul do nada com que se fazem os deuses e a poesia.

Vergílio Ferreira


30/12/2011

Encanto



“As pessoas que se estimam nunca se deviam apartar; a culpa tem-na a nossa complicada civilização; o encanto seria que os que se amam se juntassem em tribos, acampando aqui e além com as suas afeições, e a sua bilha de água, and settling down to be happy, anywhere, under a tree.”
Eça de Queirós, carta a Emília de Pamplona (1885)

Educar para a incerteza

“É necessário preparar e educar as novas gerações para a incerteza. Como? Centrando o ensino e as aprendizagens no adquirido fundamental, a saber: diversificada formação cultural (as línguas, as literaturas, a história, a filosofia, as artes) combinada com uma sólida cultura científica (a matemática e as ciências). (…) A incerteza exige, antes de mais, solidez de conhecimentos e capacidade de os mobilizar para situações novas. Essa solidez adquire-se com esforço – nomeadamente de memorização – treino, trabalho sistemático e disciplina. A capacidade de mobilizar o conhecimento desenvolve-se através da prática de resolução de problemas, do incentivo à reflexão, do raciocínio demonstrativo, do confronto de soluções. Os dois requisitos completam-se e tornam-se indispensáveis principalmente quando sustentados em atitudes favoráveis aos processos de mudança e adaptação, nomeadamente de caráter organizacional.” David Justino. Difícil é Educá-los (2010)

Ensino e tecnologias

“as tecnologias não passam de instrumentos, sofisticados e atraentes , sem dúvida, mas tão-só instrumentos. Se o aluno não sabe estruturar um texto argumentativo, não há nenhum processador de texto que o ajude. Se não sabe interpretar o enunciado de um problema, não será a folha de cálculo que o fará. Se não sabe formular um problema, nenhum programa o ajudará a encontrar a melhor solução. (…) Mais do que aprender a fazer, as aprendizagens têm de orientar-se para o aprender a pensar. Este á o grande desafio de quem não quer ficar pela «sociedade da informação» e quer entrar decisivamente na «sociedade do conhecimento». (…) É pela educação que se chega à tecnologia e não contrário. Por isso, torna-se decisivo pensar primeiro naquela e só depois nesta sob risco de estarmos a criar novas ilusões, tão frustrantes quanto tantas que as antecederam.”
David Justino. Difícil é Educá-los (2010)